12 de junho Dia Mundial contra o Trabalho Infantil.
No Dia Mundial contra o Trabalho Infantil, celebrado em 12 de junho, é importante refletir sobre os avanços e desafios no combate a essa grave violação dos direitos das crianças. No Brasil, apesar de progressos significativos, o trabalho infantil ainda afeta milhões de crianças e adolescentes.
Dados atualizados sobre o trabalho infantil no Brasil
Em 2024, o Brasil registrou a menor taxa de trabalho infantil desde 2016, com 1,6 milhão de crianças e adolescentes de 5 a 17 anos ainda envolvidos em atividades laborais. Isso representa 4,2% dessa faixa etária no país. Embora tenha ocorrido uma redução, a situação continua crítica, especialmente entre os mais vulneráveis. As disparidades regionais são evidentes, com o Nordeste e o Norte apresentando os maiores índices de trabalho infantil.
Perfil do trabalho infantil no Brasil
Idade:
5 a 9 anos:
Em 2015, cerca de 79 mil crianças nessa faixa etária estavam envolvidas em atividades laborais.
10 a 14 anos:
Representam uma parte significativa dos casos de trabalho infantil.
15 a 17 anos:
Embora a legislação permita o trabalho na condição de aprendiz a partir dos 14 anos, muitos adolescentes ainda enfrentam condições precárias de trabalho.
Agronegócio:
Cerca de 30% da mão de obra infantil está concentrada no setor agrícola.
Serviços domésticos:
Uma das piores formas de trabalho infantil, com crianças sendo exploradas em condições degradantes.
Tráfico sexual infantil:
O Brasil é considerado o segundo pior país em tráfico sexual infantil no mundo, com estimativas indicando entre 250.000 e 500.000 crianças envolvidas.
Perfil demográfico:
Raça:
Cerca de 65% das crianças e adolescentes em situação de trabalho infantil são negras.
Gênero:
Aproximadamente 70% são meninos.
O Brasil tem implementado diversas ações para erradicar o trabalho infantil, como:
Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (PETI): Visa retirar crianças e adolescentes menores de 16 anos do trabalho precoce, exceto na condição de aprendiz a partir de 14 anos. O programa oferece transferência direta de renda às famílias e inclui as crianças em serviços de orientação e acompanhamento, além de exigir frequência escolar.
Legislação: A Constituição de 1988 proíbe o trabalho infantil, e o Código Penal brasileiro prevê penas para quem reduzir crianças ou adolescentes à condição de escravo ou expô-los a trabalho excessivo ou inadequado.
Apesar dos avanços, ainda há muito a ser feito para garantir que todas as crianças possam viver livres de exploração e tenham acesso à educação de qualidade.
É fundamental que a sociedade continue mobilizada para combater o trabalho infantil, promovendo políticas públicas eficazes, conscientizando a população e garantindo que os direitos das crianças sejam respeitados.